sábado, 4 de janeiro de 2014

Correcção de pintura - Vespa GTS 300 Super Preta



Não sou nenhum profissional do detalhe auto, sou apenas um mero curioso, que gosta de ter as suas viaturas num estado impecável... Ou pelo menos tenta. Para isso faço alguma pesquisa, e troco ideias com quem sabe.


Toda a gente sabe que a côr preta dá trabalho a manter em bom estado, e que facilmente aparecem Swirls (aqueles riscos em forma de redemoínho)... Aliás, qualquer risco sobressai muito na côr preta.

Ao mínimo descuído, está o caldo entornado.

Passando ao que interessa, este era o estado em que estava a pintura de uma mota nova: à sombra ou numa observação mais descontraída estava boa, mas se lhe batesse o sol, ou lhe dessemos com luz directa até assustava:








No avental:






Na traseira a coisa também não estava famosa, e para polir é o cabo dos trabalhos por tudo que tem a atrapalhar:

Aqui não parece mau:



Mas vamos ver melhor:







Analisados os estragos, mãos à obra!

Há polishes de corte, que são os mais abrasivos. Depois temos os intermédios, e os de acabamento.

Eu optei por este, que se pode dizer que se enquadra nos intermédios... É o Fixer, um Polish one step:



Apliquei num German Pad, que é algo com algum grip para a mão, e que tem 2 lados... Um mais abasivo permitindo um maior corte, e outro mais macio, para acabamento.

Nesta fase de atacar os riscos, optei obviamente pelo lado branco do German Pad, o mais abrasivo:




E toca a dar aos braços:






Terminada esta fase (a mais chata e trabalhosa), os resultados já eram visíveis:




Salvo um ou outro risco que só se vê à lupa, ficou bem bom. A parte com que menos fiquei satisfeito foi a rabeta:



Mesmo assim, nada mau, para o que estava!


Depois disto, passei este Polish de acabamento:



É para isso mesmo, acabamento e dar um aspecto ainda melhor. O nível de abrasividade é fraco.
Foi aplicado com o lado preto do German Pad, o lado mais macio.

Depois disto, e estando a fase de polimento terminada, queria proteger a pintura com um selante. Mas para este ser aplicado, há que limpar convenientemente a pintura. Limpei a mesma com Grojet. Também pode ser feito com alcool Isopropílico, mas nunca experimentei.



O Grojet tem diversas aplicações... Limpa, e também oferece alguma protecção, ainda que pouco duradoura. Nada a ver com um selante ou cera.

A ideia do uso de Grojet neste caso, é deixar a pintura o mais limpa possível, por forma ao selante agarrar convenientemente e desta forma proteger melhor e por mais tempo.

A aplicar o Grojet com um aplicador micro-fibras:



E a retirar com um pano microfibras de seguida:



Terminado, era altura de aplicar o Selante. Foi a primeira vez que utilizei um selante, até aqui utilizava sempre uma cera... Tanto para o carro, como para a mota. A aplicação é idêntica,  e o tempo de cura antes da remoção (com toalha micro-fibra) também... Cerca de 15 minutos.

O selante é este, é um scratch resistant (anti-danos):



Após 24h pode-se dar uma segunda camada... Que foi o que fiz  no dia seguinte.


Depois ainda houve tempo para hidratar as borrachas dos retrovisores com Gummi... As borrachas estavam completamente secas:



A serem hidratadas:



O Gummi:


Ainda falta selar ou encerar as jantes e dar mais um jeitinho aqui e ali. Estive à volta de 6 horas nesta brincadeira.



Umas fotos dos resultados:










Ficou muito boa comparando com o estado em que veio de Itália. Não está perfeita, ainda tem algumas imperfeições mas já pouco visíveis, e que acredito, só saem com polidora. Mas fiquei satisteito.

 Para tentar minimizar riscos provenientes das lavagens, lavo sempre a Mota/Carro com uma luva de pelo de ovelha.


Em conjunto com um shampoo com boa lubrificação, atrasa o aparecimento dos famosos Swirls.



Relativamente ao estado em que veio a GTS, não digo que a mota deveria ser entregue neste estado, protegida e com todos estes cuidados... Mas que devia vir sem riscos, isso é certo!

Acredito que tenha tido azar com a GTS, pois quando comprei a LX 125i.e. na mesma cor, esta vinha direitinha... A GTS estava uma vergonha, e só a levantei no estado em que estava, pela consideração que tenho pelo Sr. Bessa, e por acreditar que conseguiria pô-la minimamente direita em casa. Mas ninguém paga 5000€ por uma mota, e vem para casa a pensar que tem que a polir, ou pagar para mandar polir. Ainda mais tratando-se de uma Vespa, que tem carisma, é um produto caro, e não é propriamente para andar no monte.

Espero sinceramente que o trabalho que tive a fazer a descrição deste "tratamento" sirva para a Piaggio ir ao encontro de uma maior satisfação dos seus clientes. Adoro as Vespas, e tive que fazer um bom esforço para comprar um "brinquedo" destes. A mota encheu-me as medidas pelo seu comportamento e por tudo o que transmite... "O pano" só ficou manchado pelo estado em que vinha a sua pintura, e por mais um problema mecânico, que está aparentemente resolvido... Como disse, não devo ter tido sorte com esta unidade, já que tenho vários conhecidos que não tiveram problema nenhum.


Melhores cumprimentos,
Filipe Faria